quinta-feira, 28 de março de 2013
Urucungo no Visões
Apresentação de Urucungo no Festival Visões Urbanas/foto: Jorge Schutze |
Urucungo nas Cenas Urbanas, é um projeto coordenado por Denis Angola, e tem como premissa apoiar-se na capoeira e seus conceitos para a criação de espaços onde a dança e o ritual possibilitem ao corpo a expressividade e a manifestação pública. A palavra Urucungo, é um dos nomes ancestrais do Berimbau, que apesar de ter sofrido transformações fundamentais aqui no Brasil, veio da África com a leva de escravos para cá trazidos a partir da colonização.
A capoeira já trata a dança de uma maneira diferenciada, desde a sua concepção: a forma democrática de participação, o modo circular do ritual, o relacionamento com o público, além da simples assistência, possibilitando a qualquer um a participação, a improvisação, etc., assim Urucungo procura trazer para a dança contemporânea, noções e conceitos fundamentais à arte de expressar o corpo, trazendo novos impasse à questão: como pode uma dança ser aberta publicamente, dispor-se ao "acaso", enquanto se firma como obra? Como lidar com a improvisação e ainda permanecer fiel a uma lógica, um conceito? entre outras questões, envolvendo inclusive a brasilidade e a dança contemporânea com lastro europeu, etc.
A obra é sempre aberta a participação do público, mas num dado momento utilizando-se de um recurso da capoeira, os bailarinos fazem a CHAMADA, ou seja, convidam pessoalmente o público para a dança, e que como na capoeira podem ou não ser correspondidos.
A obra foi muito bem recebida no festival, e o público, emocionado, pôde comungar conosco.
A obra foi muito bem recebida no festival, e o público, emocionado, pôde comungar conosco.
à partir da esquerda: Jal,, Denis e Ana Carla FOTO - Jorge Schutze |
http://www.visoesurbanas.com.br/?page_id=702
mais fotos;
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.464303870308878.1073741827.134702043269064&type=3
fotos do festival
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quarta-feira, 27 de março de 2013
IMPROVISAÇÃO COMO MÉTODO NA COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA
Projeto Urucungo nas Cenas Urbanas - Festival Visões Urbanas SP - Foto Jschutze |
Acredita-se
que a improvisação vem sendo utilizada desde os primórdios da dança, mas foi no
início do século XX, que pesquisadores como Françoise Delsarte, Èmile Jacques
Dalcrose e mais tarde Rudolph Von Laban, investindo-se de pesquisas a respeito
da expressividade corporal passaram a utilizá-la mais sistematicamente em suas
pesquisas.
Nos anos 40, a
coreógrafa Anna Halprin, insurgindo-se contra o excesso de determinismo e
formalidade da dança moderna (leia-se Doris Humphrey e Martha Graham, por
exemplo), passa a adotar em seus procedimentos, o que mais tarde veio
denominar-se Improvisação Estruturada: onde os bailarinos tinham total
liberdade expressiva dentro de premissas ou parâmetros fornecidos pela
coreógrafa. Ainda nos anos 40 o coreógrafo Mêrce Cunningham tornou-se conhecido
pela utilização dos conceitos Zen-Budistas, em suas criações. Fortemente
influenciado pelo músico John Cage, seu parceiro artístico, nas suas obras o
acaso, sob a forma de sorteios ou escolhas aleatórias conduziam as
apresentações. Às vezes os elementos da apresentação: música, cenário,
figurinos, coreografia, luz eram criados e ensaiados separadamente e somente
nas apresentações se uniam pela primeira vez.
Foi,
entretanto, nos anos 60 em Nova York que a improvisação ganhou notoriedade na
dança. Afinados com conceitos culturais emergentes, a espontaneidade, a
equidade e a liberdade expressiva passam a tomar parte nas investigações
propostas pelo também emergente grupo de bailarinos que se reunia na Judson
Church no East Village, formando o grupo JUDSON DANCE THEATER. O grupo iria
reformular completamente os paradigmas da dança moderna, ousando colocar em
cena, não somente concertos de dança totalmente improvisados, como também
trazendo à cena corpos não treinados para a dança.
O conceito de
espontaneidade tanto estética quanto ideológica é fundamental para
compreender-se a improvisação como elemento incorporado pelos assim chamados
Pós-modernos (conforme as historiadoras de dança americana Sally Banes e
Cynthia Novak) do grupo JUDSON DANCE THEATER.
Como um
desdobramento das ideologias e práticas desse grupo surgem as pesquisas do ex atleta
Steve Paxton para a construção do Contato Improvisação, até hoje desenvolvida e
praticada por dançarinos de todo o mundo. Fugindo da dramaticidade e
psicologismos, e apegados a uma maior equidade, e liberdade expressiva, e às
leis da física do movimento, a partir de Paxton, pesquisadores veem
desenvolvendo técnicas onde do simples contato físico entre os corpos, a
coreografia e a composição são gerados
Seja como
exploração do movimento espontâneo do bailarino para uma posterior
sistematização da coreografia, seja como exploração da individualidade do
intérprete dentro de parâmetros ou tarefas pré-fixadas (improvisação
estruturada), ou na composição instantânea, como no grupo Judson Dance Theater,
onde a apresentação ou performance acontece de maneira totalmente improvisada, a
improvisação tem auxiliado pesquisadores na reformulação de conceitos e
práticas para a dança.
Na
improvisação o corpo é estimulado a uma maior atenção, não só ao ambiente ou
aos outros corpos que dançam, mas também a si mesmo e às próprias reações,
possibilitando o surgimento de até então desconhecidos ou inusitados modos de
reação e movimentos, tendo com isso a possibilidade e as vezes a necessidade de
recriar-se em sua corporeidade.
Quando
pensamos no corpo que dança como um corpo que incorpora informações percebidas
em tempo real, no meio em que transita, pensamos em instabilidade. O que o
corpo faz é buscar meios para estabelecer identidades e estabilidade na sua
permanência junto ao meio. Dessa relação surgem diálogos, onde a regra é a
continua reorganização de ambos.
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Composição Coreográfica e Improvisação,
textos
COMPOSIÇÃO COREOGRÁFICA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZADO
A organização do movimento corporal, individual ou em
grupo, com finalidade estética, é o que caracteriza a composição coreográfica,
e requer dos praticantes, entre outras, noções
de espaço, noções de tempo e uma execução especializada e estética do movimento
corporal.
Segundo o
pensador francês Edgar Morin, é através do
aprendizado que o ser humano desenvolve as potencialidades da vida. Embora
seja inegável a quantidade de competências que o estudo e prática das formas
corporais no espaço-tempo (emprestando o termo usado pela artista pedagoga
Fayga Ostrower) podem desenvolver, os estudos em neurociências e ciências da
cognição ainda não podem responder com precisão que articulações cerebrais são
exigidas ou desenvolvidas no esforço por tais aprendizados, nem confirmar
exatamente se as competências adquiridas nessas áreas de conhecimento são
transferíveis para outras áreas da atuação humana. Temos a forte intuição que
sim.
Photo JSCHUZE - Denis e Ana Carla - Festival Visões Urbanas SP |
Para o
neurocientista português António Damásio a
consciência se desenvolve pelo, no, e para o movimento corporal. Para o
biólogo chileno Humberto Maturana o corpo é a nossa
possibilidade e condição de ser, e para a psicopedagoga Alícia Fernandez, no movimento o corpo sintetiza
movimentos eficazes para apropriação do “em torno” por parte do sujeito.
Ou seja, o conhecimento do espaço-tempo, que implica um conhecimento de si
mesmo, bem como a apropriação do estar/ser no mundo é realizado pelo sujeito
numa atividade corporal, que não é simplesmente mecânica ou funcional, nas suas
bases um processo emocional/subjetivo de desenrola. Lembrando
mais uma vez Maturana é a emoção que nos envolve e nos movimenta para o
aprender, o que está envolvido no aprender para o biólogo é a transformação de
nossa corporeidade.
O filosófo
francês Merleau-Ponty define, ainda nos idos
dos anos 60, a relação entre o corpo e o espaço: ter
um corpo, para um ser vivo, é juntar-se a um meio definido, confundir-se com
seus projetos e empenhar-se continuamente neles. O filósofo afirma ainda
que o mundo não é algo exterior ao corpo, mas está
integrado à existência pragmática, é sempre aquilo para o que o corpo se
polariza, não se trata, portanto, de uma apropriação que o corpo faz do
conhecimento, mas de um deslocamento da corporeidade em direção ao que ainda
não sabe, porém intui como possibilidade.
Ao organizar o
corpo em relação ao espaço-tempo, portanto, o corpo desenvolve habilidades não
só relacionadas com um melhor desempenho corporal. Na sua complexidade a
composição coreográfica envolve a consciência de si, do espaço (com todas as
suas minúcias sensoriais), do tempo (e suas interpretações e agenciamentos), da
cultura (com todos os seus mecanismos de felicidade e controle: vide Michel Foucault),
da capacidade de abstração, e lógica..
Enfim, todos os quesitos da existência corporal são avaliados,
questionados e pressionados por uma investigação legítima em composição
coreográfica, já que, como qualquer um de nós pode auferir, os aprendizados são,
em sua base, corporais, e é a partir dele, sempre do corpo, que toda uma sempre
crescente gama de aprendizagens se tornam possíveis.
É nesse
sentido que a corporeidade não pode ser tratada como fonte complementar de
critérios educacionais, mas seu foco irradiante primeiro e principal, como
afirmam os novos pesquisadores em motricidade. Embora seja forçoso reconhecer
que em “nossa educação”, principalmente nas Escolas Públicas, esses conceitos
passem a milhas de distância.
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Composição Coreográfica e Improvisação,
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Domínio Público em Portugal - apreciação
http://seuvicenteresidencias.wordpress.com/2013/03/26/documentacao-da-conversa-com-dominio-publico-no-seu-vicente-residencias-artisticas/
quinta-feira, 21 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
Arte Urbana em Maceió: Jorge Schutze e Companhia Limitada
Arte Urbana em Maceió: Jorge Schutze e Companhia Limitada: por Renata Menezes O professor de dança Jorge Schutze começou a realizar intervenções urbanas pela necessidade de entender as formas ...
revista URBANIDartes
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