quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Apreciação de Mirtes e Ederson dos videos do Jal
Ah- agora sim. Finalmente o Sem Tïtulo.
Bem:
a sunga estraga tudun ( como diria a minha mãe).Sei que não pode ficar
pelado na praia..que droga né? Mas o video é totalmente misterioso, mas a
sunga quebra o barato.
A bolsa na qual ele está envolvido é
ótima. Digo bolsa porque pra mim parece a bolsa que envolve os fetos.
Acho que os tours pela pele são muitos - o que vc acha?
E
quando ele coloca a mÃo pra fora da bolsa ele para de se agitar, de se
mover. Isso é muito bom. Aumenta o mistério. Daí pra frente eu nÃo faria
mais esse tour pela pele e passaria direto pro abandono da bolsa e o
mistério redobra pois não sabemos se ele vai se levantar, vai fazer o
quê, quem é esse ser. Foi o mar que desovou? Caiu de alguma nave?
eu e minhas naves…..
Reparei que ele tem uma orelha muito diferente: quase uma guelra. Vcs repararam?
mi..encafifando
Em 18/01/2013, às 12:48, jorge & cia.ltda. escreveu:
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14:52 (9 horas atrás)
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O primeiro vídeo é muito interessante.
O
corpaisagem, corpordosol. É bonito no começo ver a busca pela
delicadeza e pelo lento em um corpo “endurecido” rígido, fixo ao chão.
Ver a cidade acendendo as luzes ao fundo, o barco. É maravilhosa a
dramaturgia do acaso... Chama atenção também a entrega do intérprete que
se relaciona com o mar,sem cair na catarse babaca.
Ao fundo as ondas dão uma ideia de passar do tempo que provoca ao mesmo tempo tensão e calma.
Obrigado por compartilhar.
Abs.
Ederson
De: Mirtes Calheiros [mailto:mirtesc@hotmail.com]
Enviada em: Sunday, January 20, 2013 10:35 AM
Para: jorge & cia.ltda.
Cc: Ederson
Assunto: Re: videos cia.ltda.
Enviada em: Sunday, January 20, 2013 10:35 AM
Para: jorge & cia.ltda.
Cc: Ederson
Assunto: Re: videos cia.ltda.
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15:04 (8 horas atrás)
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Também acho bem misterioso.
As
pausas são realmente instigantes, pois o invisível ganha forma: vento,
silêncio, respiração. Investir nessas pausas talvez seria um caminho
legal... num sei...
Sobre a orelha: ele é ou foi lutador? Como disse do primeiro vídeo esse paradoxo, cria uma expressividade diferenciada.
Abs.
Edersondomingo, 20 de janeiro de 2013
Contato Improvisação
Jorge Schutze
Alexandre Constantino/foto JSchutze |
Retirar a
autoridade do coreógrafo sobre o movimento dos bailarinos já era uma tendência
entre alguns pesquisadores, que se utilizavam da improvisação com vistas a
formular suas obras, como é o caso de Anna Halprin, Merce Cunningham, Erik
Hawkins, entre outros. Paxton, entretanto, vem tencionar esse procedimento
opondo-se a utilização funcional da improvisação como enriquecimento das
produções coreográficas: para ele a própria improvisação é tratada como
linguagem cênica, enquanto a simples interação física entre os corpos é tratada
como dramaturgia, por assim dizer, da obra apresentada sempre em improviso.
Para tanto, Paxton articula todo um pensamento entre as danças sociais, a
filosofia oriental, a física contemporânea e o contexto político e intelectual
de sua época.
Alexandre Constantino e Jal Oliveira/foto JSchutze |
Importante
também notar as influências de outros coreográfos na técnica iniciada por
Paxton e desenvolvida por improvisadores no mundo todo. Merce Cunningham,
coreógrafo com quem Paxton havia colaborado já buscava um sentido estético para
a dança no próprio movimento, na própria dança, libertando-a de “simbologismos”
e psicologismos. Erik Hawkins, combinando cinesiologia com a experiência de
sentir sugeria um caminho de reconciliação entre a dança e a sensação de dançar,
propondo um movimento que pudesse ser realizado sem esforço nem pressão, para
um bailarino que conciliasse a experiência intelectual com a experiência
sensorial. Anna Halprin construía estruturas improvisacionais, transformando
cada apresentação num evento único, mas estruturado por “acordos” prévios. Enfim
todo um contexto surgido nos anos 60 nos Estados Unidos já vinha reposicionando
não só a dança nos seus conceitos, mas
toda a experiência artística e intelectual humana e influenciaram decisivamente
as ideias de Paxton: nesse prisma pode-se citar a hegemonia do coreógrafo sobre
os movimentos dos bailarinos comparados com a política dos ditadores por
exemplo ou a ideia de um primeiro bailarino, cujas ações se desenvolvem a
partir dele, como nas dramaturgias tradicionais do balé clássico.
A ideia
orientadora da técnica do contato improvisação, apesar de toda essa influência,
é muito simples: o corpo em relaxamento ativo, ou seja, com o mínimo de esforço
muscular possível, mas atento ao ambiente, a si mesmo e às possibilidades de
ações, se apoia no ambiente dirigindo seus esforços para “empurrar”, a partir
de seus contatos táteis, objetos e corpos do ambiente, gerando assim as danças,
que podem se dar desde num nível mínimo de visibilidade, até movimentos
acrobáticos de grande impacto visual, dependendo da disponibilidade e
treinamento entre os participantes. Requer para isso um acurado treinamento de
“escuta” do corpo do outro e do espaço-tempo, e também um desenvolvido senso de
aproveitamento do “momentum”.
A importância
do Contato Improvisação em outras área além da dança também é muito grande:
áreas como a psicologia, a motricidade, a terapêutica corporal, a educação,
etc. tem se atraído por essa dança, a priori completamente livre de códigos
formais, a fim de aplicá-la como prática de autoconhecimento e treinamento
corporal-psicológico dos pacientes ou estudantes.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Apreciações das apresentações no SeuVicente Residencia (Lisboa)
http://seuvicenteresidencias.wordpress.com/2013/01/17/documentacao-video-conversa-com-dominio-publico/
agora em Janeiro o grupo SeuVicente realizou uma pequena mostra de nossos videos e realizou um papo com a audiência, confira.
agora em Janeiro o grupo SeuVicente realizou uma pequena mostra de nossos videos e realizou um papo com a audiência, confira.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
O CORPO E O MOVIMENTO EXPRESSIVO
Jorge L. Schutze
Jal Oliveira: foto JSchutze |
Via de regra
todo movimento (e não movimento) do corpo é expressivo, se considerarmos que o
corpo mesmo ao fingir uma determinada emoção, na prática expressa exatamente o
que lhe acontece, quer o desvendemos ou não. A relação entre expressividade,
corporeidade e emoção desde Francoise
Delsarte, no início do século XX, fomenta os estudos teóricos das artes
cênicas. Quando se compreende o corpo imbricado de suas múltiplas dimensões:
psicologia, cognição, emoção, sensibilidade, biologia, etc. pode se dizer que o
corpo na verdade expressa a si mesmo, já que na pratica a unidade corpo
expressa um agenciamento de todos os fenômenos que lhe acontecem num determinado
instante. Mesmo que um desses fenômenos seja exatamente ocultar o que sente, o
corpo somente pode expressar a ocultação desse fenômeno, mesmo que ninguém além
de si mesmo o possa perceber. Ou seja, o corpo fornece ao ambiente, através de
sua corporeidade, um mapa de toda a sua condição a cada instante, mesmo em
condições de isolamento.
Segundo
o neurocientista António Damásio são
essas especificidades corporais que momento a momento também fornecem ao
cérebro um mapeamento das suas condições, e que por meio da homeostase
articulam o reequilíbrio, caso necessário, de suas funções. Em outras palavras,
o corpo expressa-se também para si mesmo, ou como ele mesmo afirma,
principalmente para si mesmo, realizando assim o fenômeno da consciência,
talvez o quesito mais importante para a manutenção e evolução da vida do ser.
Jal e Alexandre: Foto JSchutze |
Tradicionalmente,
nas artes corporais, expressividade refere-se à capacidade corporal de
ordenar-se com eloquência e clareza, no intuito de provocar no outro
determinados sentidos e percepções no âmbito estético intelectual, e com isso
promover uma maior empatia emocional entre o artista e o espectador. Foi a
partir de tais premissas que o trabalho de Stanislavski
foi formulado. Para isso o corpo deveria ser treinado tecnicamente a fim de cumprir
os seus propósitos enquanto artista cênico. É esta a ideia contida, por
exemplo, num dos seus parâmetros fundamentais da interpretação do ator: a
memória emotiva.
Com
base nos recentes estudos em neurociências (Damásio), identidade e cultura (Stuart Hall) e sistemas (Mario
Bunge), hoje tais conceitos podem ser questionados. Se como disse
anteriormente o corpo é sempre expressivo do que lhe acontece a nível
emocional, como se podem enriquecer os estudos sobre expressividade, a fim de
dar-se conta das exigências que o próprio corpo possui de manter-se não
simplesmente vivo, mas “em vivacidade”, que é o que se espera minimamente de
uma apresentação cênica?
Rudolf Laban, precursor das técnicas
contemporâneas de dança, preocupado com a falta de vitalidade dos atores e
bailarinos de sua época, desenvolveu suas pesquisas focando-se basicamente nos
estudos da mecânica do movimento humano, com isso poderia libertar o movimento
e a dança de qualquer dominação estética.
Irmgard Bartenieff, discípula de Laban, vai apostar na observação do
desenvolvimento ontogenético (do embrião) e filogenético (das espécies), como
uma chave para o destrave da movimentação corporal, tornando assim o corpo mais
expressivo. E a partir dai formula sua técnica. As suas ideias influenciaram
grandemente os estudos corporais, e também as práticas terapêuticas que se
seguiram, tendo como base a noção ainda não de todo abandonada de que o corpo
com suas vivencias na cultura, deparando-se com suas frustrações desenvolveria
“couraças” musculares (Wilhelm Reich),
e que um processo técnico-terapêutico poderia devolver-lhe a liberdade
expressiva. Desse conceito desenvolveram-se várias técnicas e terapias
corporais (Bionergética, Consciência Corporal, Somaterapia, etc.).
Segundo
os estudos de Christine Greiner,
pesquisadora do corpo em seus processos artísticos, a diferença fundamental
entre o corpo artista e o corpo não artista é a consciência de sua
expressividade durante a sua apresentação pública, um sentido de presença que
nada mais é do que uma consciência amplificada de tudo o que acontece no
momento da apresentação incluindo-se aí a própria condição do corpo artista e
seus sentimentos.
Se
para António Damásio é o movimento
que gera a consciência, o exercício das possibilidades corporais, quando legitimamente
motivadas promoveria uma maior consciência e por sua vez uma maior
expressividade corporal. Se observarmos o nosso próprio movimento podemos
constatar que para se gerar o movimento há necessidade de um nível de consciência,
que na prática se confunde com o próprio movimento. Nesse sentido para que o
corpo se torne expressivo e preciso que se insista na consciência, que em todo
caso é sempre aqui e agora, mesmo no caso das lembranças ou dos projetos
futuros, já que estão sendo sempre vivenciados no presente.
domingo, 13 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Domínio Público em Portugal
SEU VICENTE recebe os vídeos de DOMÍNIO PÚBLICO e os coloca em debate, via net
http://seuvicenteresidencias.wordpress.com/2013/01/04/dominio-publico-no-espaco-pequeno/
http://seuvicenteresidencias.wordpress.com/2013/01/04/dominio-publico-no-espaco-pequeno/
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